COMO FAZER ARGAMASSA, COM MENOS ESFORÇO

Hoje em dia, com o uso generalizado das betoneiras, as massas para empregar nos diversos trabalhos de construção são feitas mecanicamente, só se fazendo a massa à mão quando se trata de pequenas quantidades, mas podem existir exceções quando, por exemplo, alguém sem ser profissional pretende fazer um trabalho pelas suas mãos, quem sabe se até a sua própria casa e não pode ou não quer comprar uma betoneira, porque com o investimento feito nessa máquina poderá comprar outros materiais, opcionalmente considerados prioritários.

Esta hipótese que acabo de aventar, foi exatamente o que se passou comigo quando andava a construir a minha própria casa. O dinheiro era pouco e não me podia dar ao luxo de comprar uma betoneira. Por isso amassei todas as argamassas utilizadas na obra, à mão.

Todos os que já alguma vez fizeram essa trabalho sabem como ele é duro, mas essa dureza pode ser atenuada utilizando uma técnica que aprendi no início da minha atividade na construção civil e que pus em prática, não só na construção da minha casa, mas em todos os trabalhos em que tinha que fazer argamassas em quantidade.


Esta técnica, pode ser utilizada em quase todos os trabalhos sempre que é necessária uma quantidade razoável de massa, como assentar tijolos, rebocar paredes, encher cofragens, etc. É uma prática muito simples, que muitos certamente já conhecerão.

Para preparar argamassa à mão em grandes quantidades é conveniente fazer um tabuleiro em madeira, com as dimensões adequadas, ou então, no caso de se estar a fazer uma obra nova, preparar um local para o fazer, cimentando uma área de cerca de 4 m2, (ou mais) para se poder trabalhar à vontade.

Começa-se por colocar a areia em primeiro lugar no amasssadouro e por cima dela o cimento, nas proporções devidas. Nas amassaduras mais comuns, como sejam a massa para reboco ou assentamento de tijolos, a mistura varia de 3 a 4 partes de areia, para uma de cimento, dependendo de vários fatores como da qualidade que se quer dar ao trabalho, tipo de materiais etc. Em massas para rebocos interiores, em paredes que necessitem de uma maior altura de revestimento, pode acrescentar-se à mistura alguma cal hidráulica, reduzindo-se a percentagem de cimento. Depois faz-se a mistura utilizando uma pá ou um enxada rasa. Qualquer desses instrumentos é adequado para o fazer, dependendo a utilização de um ou de outro, do gosto do utilizador. Convém misturar bem o cimento com a areia, em seco, porque depois de adicionar água a mistura já não se consegue fazer nas devidas condições. De seguida faz-se um buraco no monte da areia e do cimento já misturados, para lá colocar água. É a partir daqui que se utiliza a técnica para se amassar o produto com menos esforço.

Em vez de se fazer um buraco pequeno no monte da mistura, meter alguma água e depois ir amassando aos poucos, como faz a maioria das pessoas, faz-se antes um buraco mais largo sem chegar ao fundo, ou seja sem deixar a descoberto o fundo do tabuleiro ou do amassadouro,  assim como se fosse um pequeno lago e coloca-se a quantidade de água total necessária para aquela amassadura. Neste caso terá de calcular-se a água que é precisa, tendo em conta que se a areia estiver molhada, a água a colocar é menor de acordo com o grau de humidade da areia. Com a prática esta relação de quantidades depressa é aprendida.

A amassadura vai ficar assim, em espera, enquanto se vai gastando outra massa já anteriormente preparada. Passado algum tempo, que pode ser meia hora, uma hora ou até duas horas, dependendo da necessidade de mais argamassa para gastar, a mistura de areia e cimento que estava em espera no amassadouro, já deverá ter absorvido toda a água, podendo depois completar-se a amasssadura que deverá ser feita nessa altura com muito mais facilidade, devendo ser apenas necessário dar uma ligeira mexedela e juntar tudo. De notar que no caso da areia ser fina ou com uma percentagem de argila, por exemplo naquelas massas utilizadas em rebocos, em que se pretende uma massa mais viscosa, a absorção da água pode demorar mais um pouco.

No caso de argamassas de betão, ou concreto, procede-se de igual modo, até à altura em que a água já tenha sido absorvida, juntando-se então a brita e misturando-se tudo.

Isto é uma forma de se fazer o trabalho mais rapidamente e com menos esforço. Imaginemos uma obra de alguma envergadura em que não existisse betoneira e em que eram necessárias grandes quantidades de argamassa, sendo necessário fazer amassaduras contínuas. Certamente que facilitaria bastante o trabalho de quem estivesse a amassar. Aliás, eu, no meu percurso profissional na construção civil, trabalhei na construção de uma fábrica em que as massas para assentar tijolos, para rebocos e para acabamento de chãos, eram todas feitas à mão. Utilizávamos essa técnica, com ótimos resultados.

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