O ALTERNADOR DE AUTOMÓVEL COMO GERADOR EÓLICO

Os artigos que escrevi sobre o meu gerador eólico são, tanto em número de visitantes como em interação, as páginas mais bem sucedidas deste blogue. Às vezes, ponho-me a pensar que bastava uma dúzia de postagens como aquelas para que este espaço fosse um grande sucesso, pois trata-se de artigos publicados há muito tempo (um deles é mesmo dos primeiros artigos do blogue) e continuam a comandar as visualizações sem darem qualquer sinal de fraqueza.

A verdade é que não se trata do relato de algo que obteve sucesso, pois ainda não consegui por o aparelho a produzir energia, no entanto, tenho recebido muitos comentários de leitores, alguns dando “dicas” para ajudar a obter sucesso com a máquina, outros anunciando que estão também a trabalhar em projetos semelhantes, contando pormenores sobre as suas máquinas e prometendo voltar com novas notícias. E não é só nas páginas de comentários do blogue que isso acontece, pois também por email tenho recebido muitas mensagens sobre o assunto, denotando o entusiasmo dos autores, algumas dando conta de projetos fantásticos em execução. Um autêntico fórum sobre energia eólica caseira!

Mas, se o meu gerador eólico ainda não obteve sucesso (verdade seja dita que também não me tenho dedicado muito a ele por falta de tempo), qual o motivo de tanto sucesso com aqueles artigos?

Produza a sua eletricidade
O aerodínamo mais corrente destinado
a produzir eletricidade existe sobre a
forma de "kit", para nós próprios
montarmos; também podemos arranjar
só os planos. As pás de alumínio ou
de fibras giram no cubo da roda central:
a força centrífuga atua sobre os contra-
pesos que estendem as molas ligadas
ao eixo da roda central. Assim as pás
colocam-se automaticamente face ao
vento, se o rotor rodar demasiado
depressa. Uma correia revestida de
borracha faz rodar um alternador de
automóvel que pode produzir até 750
wats. A energia é transmitida para
 baixo, pelo interior da torre, quer por
uma anilha coletora e uma escova,
quer por um cabo.
(Livro Auto-Suficiência de John
Seymour)
Creio que, em primeiro lugar, o sucesso dos artigos se deve à seriedade como foram apresentados, falando a verdade, e também o facto de muitos leitores, principalmente de Portugal e Brasil, andarem de algum modo a tentar produzir alguma da energia que consomem, recorrendo à sua habilidade para a “engenharia caseira”. Em segundo lugar creio que a desmistificação sobre a excelência com que eram apontados os alternadores de automóvel para estes tipos de geradores, contribuiu também para o interesse dos leitores, pois não nos devemos esquecer que os alternadores eram apontados como sendo a melhor alternativa para um pequeno aerogerador caseiro. Infelizmente, parece que não é mesmo e muitos projetos para engenhocas deste tipo podem ser levadas ao fracasso se não forem tidas em conta todas as dificuldades inerentes à adaptação de um aparelho que foi concebido para ser rodado a grande velocidade pela força de um motor de automóvel e não por uma pequena turbina forçada pelo vento que, por vezes, pode ser apenas uma pequena brisa.

Eu próprio fui também, de algum modo, induzido em erro pela teoria da aparente facilidade em produzir energia com um alternador de automóvel, mas foi sobretudo a minha ignorância em relação ao funcionamento do aparelho, que me levou a escolhê-lo como gerador eólico. Cheguei a consultar um eletricista de automóveis para obter alguns conhecimentos sobre esse funcionamento, mas o que me foi explicado não foi suficientemente negativo para desistir do projeto.

A maior parte das pesquisas que fiz na Internet pareciam indicar o alternador como uma boa escolha para o aerogerador e até no livro “Auto-Suficiência” de John Seymour existe uma página que tem uma imagem com um gerador eólico artesanal com alternador de automóvel. Parecia não haver dúvidas de que seria a melhor alternativa para a produção de energia caseira.

De qualquer modo tem sido uma experiência positiva, o assunto é muito atual e todo este interesse e interação dos leitores tem sido extraordinário e só espero que se vá manter por muito tempo. O meu obrigado a todos os que têm participado com as suas opiniões.


   

7 comentários:

  1. BOA NOITE! ME INTERESSO POR ESTE PROJETO; SENDO QUE MINHA DÚVIDA É QUANTO ROTAÇÃO . O ALTERNADOR SÓ VAI GERAR ENERGIA A PARTIR DE 1000RPM, ENTÃO DEVO FAZER UMA HÉLICE MAIOR? OU ABRIR O ALTERNADOR E ACRESCENTANDO UM IMÃ E MODIFICANDO A FORMA DE GERAR ENERGIA? OU SERIA MELHOR MANTER O ALTERNADO COM O REGULADOR DE VOLTAGEM CARREGANDO E USAR VARIAS BATERIAS ?

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    1. É difícil dar uma opinião sem conhecer o projeto de que fala. Nos artigos relacionados, indicados em cima, foram postados muitos comentários que o poderão ajudar. Valerá a pena, com toda a certeza, fazer lá uma pesquisa.
      Cumprimentos e obrigado pelo comentário.


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  2. Qual o tamanho da polia que teria que usar para atingir 1300 RPM para um alternador automotivo sendo que sua polia tem o diâmetro de 58 mm.Favor enviar para meu e-mail se possível .(jroliveira958@gmail.com)

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    1. As rotações de que fala são praticamente impossíveis de atingir com uma turbina eólica de pequenas dimensões. Talvez com uma polia de cerca de meio metro de diâmetro o conseguisse, mas ainda assim só com ventos ciclónicos devido à força que seria necessária para fazer rodar o alternador.

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  3. Boas! =)
    O alternador não tem que ser convertido em gerador?
    Deixo aqui um vídeo sobre isto:
    https://www.youtube.com/watch?v=tYCth1KCQQk

    Um grande abraço

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    1. O alternador é um gerador que produz corrente alternada, corrente essa que o próprio alternador transforma em corrente contínua, carregando baterias sem serem necessárias modificações. O único problema mesmo é a força e as rotações necessárias para isso funcionar numa turbina eólica.
      Obrigado pelo comentário e um abraço.

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